Notas sobre a Micro-história: uma Interlocução entre Carlo Ginzburg e Luis González y González

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53930/348514

Palavras-chave:

Micro-história, Verdade, Prova, Carlo Ginzburg, Luis González y González

Resumo

Com base nos postulados de Carlo Ginzburg e Luis González y González, este artigo tem por objetivo revisar o conceito de micro-história, averiguando a consistência de três concepções correntes sobre ela. A terceira e fulcral delas passa pela aproximação entre as narrativas historiográfica e ficcional, em razão de uma (suposta) dimensão retórica comum, da qual certos historiadores, marcadamente a partir da década de 1980, fizeram-se partidários. Nesse sentido, lançamo-nos a verificar se a índole expressiva da micro-história também reflete tal tendência, à luz de trabalhos de dois de seus mais notáveis proponentes. De Ginzburg, focalizaremos Relações de força (2000) e O fio e os rastros (2007), e, de González y González, Otra invitación a la microhistoria (1985). Como corolário desta reflexão, buscamos avaliar se a micro--história, ao questionar certos fundamentos da historiografia tradicional, modifica o compromisso com a verdade e a prova, motores do conhecimento histórico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Natália Campos, Doutora em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil)

Doutora em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (MG, Brasil). Especialista em estudos sobre arquivos (e suas ficções) e interfaces entre literatura e história. Autora de O guru da Lopes Chaves (Nea-Edições, 2016) e Desinfinito (Patuá, 2017).

Referências

Ginzburg, C. (1987). O queijo e os vermes. O cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição (M. B. Amoroso, Trad.). São Paulo: Cia. das Letras.

Ginzburg, C. (1989). Sinais. Raízes de um paradigma indiciário. In C. Ginzburg, Mitos, emblemas, sinais. Morfologia e história. (F. Carotti, Trad., pp. 143-275). São Paulo: Cia. das Letras.

Ginzburg, C. (2000) Relações de força. História, retórica, prova (J. B. Neto, Trad.). São Paulo: Cia. das Letras.

Ginzburg, C. (2007). O fio e os rastros. Verdadeiro, falso, fictício. (R. F. e E. Brandão, Trad., pp. 249-279). São Paulo: Cia das Letras.

Gomes, A. C. (2004). Escrita de si, escrita da história. Rio de Janeiro: Ed. FGV.

Gonçalves, J. (2012). Pierre Nora e o tempo presente: entre a memória e o patrimônio cultural. Historiæ, 3(3), pp. 27-46.

González y González, L. (1985). Otra invitación a la microhistoria. Biblioteca Digital del Ilce. http://bibliotecadigital.ilce.edu.mx/sites/fondo2000/vol1/otra-invitacion/html/2.html.

Runia, E. (2007). Burying the dead. History and Theory, 46(26). https://doi.org/10.1111/j.1468-2303.2007.00412.x

Publicado

2021-11-17

Como Citar

Campos, N. (2021). Notas sobre a Micro-história: uma Interlocução entre Carlo Ginzburg e Luis González y González. Diálogos, 6, 9–30. https://doi.org/10.53930/348514