Herberto Helder e a Paixão Dionisíaca
DOI:
https://doi.org/10.53930/27892182.dialogos.8.133Palavras-chave:
Friedrich Nietzsche, Herberto Helder, O nascimento da tragédia, Dioniso, NiilismoResumo
“O que é o dionisíaco?”, interroga Nietzsche em O nascimento da tragédia. O que é, e se é possível, “morrer gregamente”, indaga Herberto Helder, no seu poema “Li algures que os gregos antigos não escreviam necrológios”, em A faca não corta o fogo. O presente ensaio tem, assim, o objetivo de relacionar estas duas questões, dando conta das feições dionisíacas de Helder, a partir da leitura do poema. De que modo o poeta transmuda os seus pés em cascos de sátiro e se torna um iniciado dionisíaco? Parece que o segredo dessa metamorfose reside na paixão. Mas “que paixão?”, pergunta ainda o poeta. Considerando que o dionisíaco passa por aceitar com paixão a vida e o absurdo da existência, arriscarei, então, que a possibilidade de morrer gregamente passa por viver gregamente e que a paixão necessária para tal encontra-se em Dioniso, enquanto símbolo e princípio filosófico.
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