Memórias Industriais: Narrativas do Patrimônio Industrial da Cidade do Rio Grande/RS

Olivia Silva Nery

doi:10.53930/348515

Autores

Olivia Silva Nery Universidade Federal de Pelotas (Brasil) https://orcid.org/0000-0003-0114-9627

DOI:

https://doi.org/10.53930/348515

Palavras-chave:

Memórias, Patrimônio industrial, Narrativas

Resumo

Este texto discute a importância das memórias industriais na investigação e preservação do patrimônio industrial. A cidade do Rio Grande, objeto de estudo neste artigo, localizada ao sul do Brasil, foi um importante polo industrial para o país. Sua industrialização inicia em 1873 e passa por vários ciclos e fases, iniciando sua desindustrialização na década de 1960. Contextualizada por mudanças econômicas, a cidade presenciou o encerramento e a destruição de diversas indústrias e, assim, a perda de parte do patrimônio industrial. As memórias e narrativas sobre o passado industrial contribuem para refletir sobre como a população local se relaciona com essas referências patrimoniais, e quais são as principais narrativas acerca das indústrias locais. As memórias escritas analisadas foram coletadas através de contribuições voluntárias e fornecem informações relevantes sobre diversas fábricas da cidade do Rio Grande, seus trabalhadores, suas rotinas e seus produtos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Olivia Silva Nery, Universidade Federal de Pelotas (Brasil)

Historiadora. Doutora em História pela PUCRS (2020), Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural pela UFPel (2015) e Graduada em História Bacharelado pela FURG (2012). Pós-Doutoranda na Universidade Federal de Pelotas.

Referências

Amon, D., & Menasche, R. (2008). Comida como narrativa da memória social. Sociedade e Cultura, 11(1), pp. 13-21. https://doi.org/10.5216/sec.v11i1.4467

Aravanis, E. (2010). A industrialização no Rio Grande do Sul nas primeiras décadas de República: a organização da produção e as condições de trabalho (1889-1920). Mundos do Trabalho, 2(3), pp. 148-180. https://doi.org/10.5007/1984-9222.2010v2n3p148

Candau, J. (2006). Antropologia de la memoria. Buenos Aires: Nueva Vision.

Candau, J. (2012). Memória e identidade. São Paulo: Contexto.

Castro, R. P. (2019). Marinheiros, portuários e a "cidade vermelha": mobilização e repressão no contexto do golpe civil-militar de 1964. Revista História UEG, 8(1), pp. 1-23.

Chalhoub, S. (2012). Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da belle époque. Campinas: Ed. UNICAMP.

Costa, A. R. (1922). O Rio Grande do Sul: completo estudo sobre o Estado. Porto Alegre: Ed. Globo, 1922.

Ferreira, M. L. M. (2006). Patrimônio: discutindo alguns conceitos. Diálogos, 10(3), pp. 79-88. https://doi.org/10.4025/dialogos.v10i3.88

Ferreira, M. L. M. (2009). Patrimônio industrial: lugares de trabalho, lures de memória. Museologia & Patrimônio, 2(1), pp. 22-35.

Ferreira, M. L. M. (2013). Os fios da memória: fábrica Rheingantz entre passado, presente e patrimônio. Horizontes Antropológicos, 19(39), pp. 69-98. https://doi.org/10.1590/S0104-71832013000100004

Gastal, S. (2006). Alegorias Urbanas: o passado como subterfúgio. Campinas: Papirus.

Halbwachs, M. (1990). A memória coletiva. São Paulo: Edições Vértices.

Jornal Rio Grande (1960). Fechamento da Fábrica Swift de Rio Grande, objeto de debates entre prefeito, empregados e empregadores.

Lima, C. T. K. (2018). A gênese do bonde: Rio Grande - RS. Monografia, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande.

Lopes, J. S., & Alvim, M. R. B. (2009). Uma memória social operária forte diante de possibilidades difíceis de patrimonialização industrial: Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia. Rio de Janeiro: MAST, MCT.

Martins, S. F. (2016). Cidade do Rio Grande: industrialização e urbanização (1873-1990). Rio Grande: Ed. FURG.

Mendes, J., & Wünsch, D. S. (2009). Trabalho, classe operária e proteção social: reflexões e inquietações. Katál, 12(2), pp. 241-248. https://doi.org/10.1590/S1414-49802009000200014

Nazareth-Tissot, K. (2017). A cidade da infância (re)visitada: a relação entre presente e passado sobre o futuro da nostalgia em Pelotas/RS. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Nery, O. S. (2020). Leal, Santos & C.: a história da fábrica através do seu biscoito: produção, venda, consumo e musealização. Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Oliveira, C. A. (2015). O fechamento da Swift na cidade do Rio Grande/RS (1960): o pior revellion de todos os tempos. Anais do XVIII Simpósio Nacional de História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Pedroso, T. D. (2011). Entre o apito e o cheiro de peixe: história, cotidiano e sociabilidades no bairro Cidade Nova. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Perrot, M. (2017). Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Ricoeur, P. (2007). A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Ed. UNICAMP.

Rubino, S., & Meneguello, C. (2005). Preservação do Patrimônio Industrial no Brasil: entrevista concedida a Maria Cristina Schicchi. Oculum Ensaios, 3, pp. 124-131.

Sampaio, M. L. (2017). Da fábrica ao museu: identificação, patrimonialização e difusão da cultura técnico-industrial. Lisboa: Caleidoscópio.

Santhiago, R., & Magalhães, V. B. (2020). Rompendo o isolamento: reflexões sobre história oral e entrevistas à distância. Anos 90, 27(2), pp. 1-18. https://doi.org/10.22456/1983-201X.102266

Sedikides, C., Wildschut, T., & Baden, D. (2004). Nostalgia: conceptual issues and existential functions. In: J. Greenberg, S. L. Koole, & T. Pyszczynski (Eds.). Handbook of Experimental Existential Psychology (pp. 200-214). Nova Iorque: Guilford Publications.

Silva, S. M. V., & Spolle, M. V. (2014). O trabalho feminino nas fábricas de conserva de pescado: a permanência de uma exploração laboral. Scripta Nova, 18(464), pp. 741-798.

Thomson, A. (1997). Recompondo a memória: questões sobre a relação entre História Oral e as memórias. Projeto História, 15, pp. 51-84.